terça-feira, abril 10, 2007

Ditadura da Beleza


Todos desejamos ser especiais, contudo não passamos de meros seres que vagueiam pelas ruas, em busca da felicidade, seja ela traduzida por corpos perfeitos ou por uma riqueza ostentada por meros objectos exteriores, e quando nos apercebemos disso já deixamos escapar os melhores momentos das nossas vidas.

A influência dos mídia é cada vez mais preponderante, os cânones de beleza actual correspondem a padrões, por muitos, inatingíveis e geradores de mutilações físicas e psicológicas. Cada vez mais vigoram as clínicas de estética e tudo o que remete para a obtenção de corpos perfeitos, aprisionando as mentes a este narcisismo social.

Agora mesmo, enquanto escrevo este artigo observo os anúncios televisivos, sendo que, na sua maioria, se remetem para produtos de beleza e alimentos com vista à perda de peso. A rendição ao consumismo em busca dos corpos perfeitos é maior com a aproximação dos meses quentes, para que silhuetas douradas possam vaguear esplendorosas pelas praias do nosso pais.

No livro Ditadura da Beleza, Augusto Cury, reaparece com o seu psiquiatra Marco pólo (o mesmo de “ a saga de um pensador”), que desta vez terá em mãos o caso de uma jovem modelo que subjugada pela aparência física inicia um processo de auto destruição da sua auto-estima e saúde física e mental. Com este livro o autor tenta fazer ver aos leitores que a beleza está nos olhos de quem vê e que cabe a cada um de nós escrever o um romance com nossa própria história, pois cada ser humano é único no palco da sua existência.

Para além da sugestão literária, aproveito ainda para deixar algumas questões para reflexão.

Será a beleza apenas física? Serão as pessoas que se encontram à margem dos padrões de beleza actual uma espécie de extraterrestres? Serão apenas doentes aqueles que aliam a felicidade aos corpos perfeitos, ou também o serão todos os que apelam à sua existência?