quarta-feira, setembro 27, 2006

Sonhos de paixão

Navego no mar dos meus sonhos
Pois sei que lá te irei encontrar
Numa quaisquer manhã
O teu sorriso vou vislumbrar

Vivo no mundo dos sonhos
Em que as estrelas me falam de ti
Onde te sinto mais perto de mim
Num amor e desejo sem fim

E é este sentimento louco
Que me invade a alma
Me arranca as entranhas
E me suga o meu ser

É este desejo ardente
Que me queima por dentro
E tortura o meu corpo
Na ânsia de te amar

Desejo os teus lábios beijar
Em acordes de sublime paixão
Saciando a minha sede de pele
Num beijo com sabor a mel

Deixa-me ser parte de ti!
Navegar pelas ondas serenas
Passear pela ilha dos sonhos
Cavalgar nos ventos da paixão.

Serei escrava do teu amor
Dar-te-ei uma estrela de presente
Ou o mundo se desejares.
Mas Por favor…


Não me deixes acordar!!

sábado, setembro 23, 2006

O Que é o Amor?



No mais belo dos recantos humanos, onde se aloja a emoção existe um sentimento puro, genuíno, transparente e intemporal. Fonte de inspiração de grandes poetas, tal afecção intriga a ciência e ultrapassa toda a ideologia da filosofia. Mas que sentimento é esse que instiga tantas conversas, que surge como utopia, mas que incessantemente faz parte da maior busca da humanidade?

Nos montes de Olimpo brotara, da mais bela flor de lótus, o mais imaculado dos sentimentos. Nascera o Amor, sob a estrela da paixão, felicidade e amizade.

Todos o invejavam pela sua genuinidade, brilho e perfeição, os céus curvavam-se à sua passagem e os anjos timidamente lhe ofereciam serventia. Amor via na cobiça e subserviência, o pior dos males da humanidade, tentando com o seu calor e luminosidade aquecer os corações desapaixonados. Contudo os deuses roídos e inveja transformaram-no em pó… os ventos, apressadamente, acorreram em seu auxílio e o amor expandiu-se por toda a atmosfera.

Dizem as lendas que ele continua a vaguear na imensidão do céu, sob a protecção da lua podendo ser vislumbrado todas as noites sob a forma de estrelas, deixando-se cair sob aqueles que lhe saberão dar valor, pois nem todos se encontram preparados para o acolher em seus corações.

No dia em que a natureza parecer mais bela, as estrelas diamantes, a lua a nossa tela e a noite esconderijo dos amantes, receberemos a visita do Amor, que de tão puro e verdadeiro, virá para ficar…


O amor é uma busca pela unificação de dois seres, de duas mentes, de dois sonhadores. É caminhar alegremente pela estrada da vida construindo sonhos e pintando fantasias. É dar o melhor de si ao outro sem esperar retorno. É sentir a brisa no rosto, é sonhar acordado, é acreditar na vida nos sonhos, na felicidade, é acima de tudo viver… É encontrar o encanto na companhia do outro, e ouvir musica na sua voz, é sentir o seu cheiro a sua pele e encontrar junto dele o paraíso.

Quem ama sente-se incapaz de definir tal sentimento, pois ele é infinito, inexplicável, individual, de impossível redução a palavras. Talvez por isso, até hoje ninguém o conseguiu explicar e quando o tentam fazer apercebemo-nos que muito fica por dizer.

O amor deve ser vivido, deixemos as explicações para aqueles que nunca entregaram as suas almas ao mais belo dos prazeres terrenos.
(...)
nota: o que se encontra destacado foi postado por mim no blog do senhor António Rosa, para a publicação de um livro sobre o Que é o amor? ele desafiou todos os bloguistas a participrem com uma definição pessoal acerca do amor.

sábado, setembro 16, 2006

Dor

Lagrimas escorrem-lhe pelo rosto
oh.... como sois bela
digna de pintar numa tela
apesar de tal desgosto.

Não fosse esse monstruoso ser
que teima em seu coração arder
e na noite seria eleita
a estrela que no céu se deita

E lá vai ela...
tal qual a cinderela
rendida ao monstruoso ser
que teima em seus sonhos aparecer

Tenebrosa químera a enfeitiça
elevando à loucura o seu amor.
Será que algum dia lhe farão justiça
arrancando do seu peito o punhal da dor?

segunda-feira, setembro 11, 2006

Palavras...

"As palavras são ferramentas que manobram os sentimentos..." creep

Esta frase tão singular fez-me meditar acerca do impacto que as palavras têm no homem. Todos os dias somos confrontados e dialogamos com alguém, tecemos criticas, compomos elogios, ou simplesmente comunicamos de forma formal no nosso contexto profissional. Contudo raramente reflectimos sobre elas, sendo que muitas vezes proclamamos frases desprovidas de sentido, de sentimentos e desejos, fazendo o outro mergulhar num profundo engano, pois todas as nossas palavras são estéreis se não germinarem no nosso coração, neste caso em vez de luz encher-nos-ão de escuridão.

As interpretações que fazemos daquilo que os outros nos dizem dependem em muito do sentimento que por eles nutrimos. Por exemplo, um amo-te ou adoro-te vindo de alguém de quem gostamos tem sabor a mel, porém ser for dito por alguém que nos é indiferente apodera-se de nós um sentimento de repugnância.

As palavras encantam-nos, apaixonam-nos, fazem-nos sonhar e voar bem alto, para lá das nuvens. Não há nada mais encantador que escutar uma poesia, ouvir uma música ou ler um bom livro, e tudo isto é composto por palavras.

Mas o que seria das palavras se não existissem acções? Cairiam num vazio? Poderíamos nós indagar acerca da sua veracidade? De que serviria falar de sonhos e sentimentos se os mantivesemos aprissionados?

Atrevo-me a conjecturar que palavras e actos caminham de mãos dadas pelos trilhos das nossas vivências, uma vez que, escutamos o seu som na esperança de visionar o seu reflexo. As palavras espelham-se nas acções e desta forma manobram sentimentos...
beijos

quarta-feira, setembro 06, 2006

Vale a pena refletir

"Os que estão a morrer ensinam-nos a viver" Marie Hennenzel



Na eminência da morte, o ser humano vislumbra todo um percurso de vida, atraves de uma "pelicula" subconsciente, cujo as imagens passam a um ritmo desenfreado e descontrolado. Só a morte desperta no homem sentimentos que, durante toda a sua existência, foram comodamente acondicionados no baú do seu íntimo.
Esta análise é muitas vezes dolorosa, na medida em que o indivíduo se apercebe de que muito ficou por fazer, por dizer, por sentir. Inicia-se uma fase de revolta, de angústia e negação perante esta inevitabilidade da vida. Percebemos que passamos o tempo a cobiçar o próximo, sonhando com vidas que não possuímos e simplesmente desconhecemos, limitamo-nos a sobreviver esquecendo o quanto seria belo viver.
Ironicamente é nesta fase que somos reconhecidos como Pessoas, que todos aqueles que durante vários anos fizeram parte do nosso quotidiano se juntam para ressaltar os nossos feitos. contudo as suas vidas irão continuar após a ausência dos que amam, como se simplesmente os que morreram fizessem parte de um filme antigo. como diria Vergilio Ferreira "O que mais me intriga e dói na nossa morte, como vemos na dos outros, é que nada se perturba com ela na vida normal do mundo".
Aproveito para fazer aqui uma homenagem a alguêm que se encontra em fase terminal e que presenteou todos os seus amigos com uma carta, que considero ser digna de reflexão.
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.

Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem.

Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.

Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, me vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma.

Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse.

Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mário Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua.

Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes - te amo, te amo.

Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor.

Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar.

A uma criança, lhe daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.

Aos velhos, ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...

Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.

Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.

São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, ao final, não poderao servir muito porque quando me olharem dentro dessa maleta (laptop), infelizmente estarei morrendo."
Gabriel Garcia Marquez

segunda-feira, setembro 04, 2006

Sinto-me triste


Mergulho nesta imensa solidão, neste silêncio arrepiante que me impede de continuar a sonhar. Não sei se te amo ou se te odeio, e é nesta dicotomia de sentimentos que reside a minha dor.

Sinto-me triste… Muito triste.

Pergunto por ti às estrelas, que timidamente se afastam sem me dar resposta. Procuro por ti na sombra da noite, mas apenas contemplo o vazio. Nem sequer a minha sombra reside em mim, pois partiu contigo. Despersonalizei-me, tornei-me um ser desabitado para que tudo o que fui fosse ao teu encontro.

Escuto o silêncio… gritos mudos me invadem a alma. E é esta dor que me arranca as entranhas me sufoca a mente e me impede de seguir esta eterna caminhada.

Sinto-me triste… Muito triste.

As lágrimas correm pelo rosto. Tento fazê-las parar. Não consigo… Elas chamam por ti…sinto falta do teu cheiro, do teu sorriso, da tua voz. Sinto sede de pele, da tua pele.

Diz-me que tudo não passou de um pesadelo. Alimenta a minha caixa de pandora, enchendo-a de sonhos, esperança e alegria.

Sinto-me triste…

sexta-feira, setembro 01, 2006

Rendida a Adamastor (continuação)


À chegada Vénus amedrontou-se com o que vira. Os seus mundos eram muito diferentes e seus sonhos muito iguais. Antítese que fez emergir em si um sentimento de magnetismo e sumptuosidade pelo sábio Adamastor. Conversaram horas a fio e quanto mais se conheciam mais sentiam que os seus mundos se aproximavam. Havia algo que os unia.

Durante vários dias partilharam histórias, idílios, e desígnios. Construíram pontes, sonharam acordados e viveram uma bela história de amor. Tudo parecia um conto de fadas. Nada nem ninguém poderia estragar a sua felicidade.

Concomitantemente, enquanto os dois amantes se aventuravam pela estrada da vida, o Concilio dos Deuses reunira-se para por fim a esta poderosa quimera. Vénus fora prometida a Mercúrio e jamais uma divindade tinha ousado contrariar as disposições de Zeus.

Vénus sem se aperceber da conspiração divina continuava a visitar o seu amado, encontrava-se seduzida por ele. As suas palavras eram como música para si, ela via em Adamastor o poeta do amor. Tudo era idílico, perfeito demais para ser verdade.

Os dias que se seguiram foram de desespero, os deuses tinham conseguido provocar uma enorme turbulência no mar e vira-se impedida de visitar aquele que mais amava. As saudades começaram a sufocá-la, deixara de ter noticia do seu apaixonado e este parecia cada vez mais distante.

Certo dia, quando o sol voltava a brilhar e no oceano pairava uma calma assustadora receberá a mais cruel das notícias. Adamastor já não habitava o mesmo oceano. Mudara de lugar… O gigante abdicara, não estava disposto a lutar por um amor impossível. Recusava-se a mostrar ao mundo que até o mais poderoso dos ser pode vir a padecer da enfermidade benigna, que é o amor.

Vénus morrera para o mundo. Nunca mais foi a mesma. Durante anos procurou Adamastor no oceano, todavia este era sempre avisado da sua chegada e mudava de lugar incessantemente. Cansada de lutar contra a corrente deixou que o mar conduzisse o seu destino, perdendo-se no extenso oceano só, gelada e amargurada.

Se algum dia Vénus deixou de amar Adamastor não saberemos, assim como serão secretamente acondicionadas as causas que levaram o colossal homem dos mares a renegar o amor. Contudo ainda hoje podemos ver a imagem dos dois amantes desenhada nas estrelas do céu. O amor é algo imortal…